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A NF-e, o Caixa dois e o Contabilista, uma visão realística do mercado

Na tentativa de explicar a nova realidade do SPED, temos sempre como resposta as frases, isso é um absurdo!

Autor: Ricardo de FreitasFonte: Jornal Contábil

Muitas pessoas podem estar pensando porque estou escrevendo este texto, falando sobre NF-e e Caixa 2, na teoria este problema não existe mais, porém na prática é tudo bem diferente.

Um dos negócios que trabalhamos é com a venda de sistemas de automação comercial, nossos consultores lidam diariamente com micro e pequenos empresários que na maioria das vezes precisam utilizar a NF-e ou mesmo o ECF – Emissor de Cupom Fiscal. Quando abordamos estes empresários e informamos da obrigatoriedade do novo Sistema de Escrituração Pública Digital, as primeiras perguntas são:  como fazer com os produtos sem nota?  como resolver as notas de entradas que são fornecidas com valor menor?   Na tentativa de explicar a nova realidade do SPED, temos sempre como resposta as frases,  isso é um absurdo!  Não vai para frente!  isso tem de ser prorrogado!  Após minutos de broncas e bravejos, orientamos que consultem seus contadores para melhorar a compreensão da lei. Infelizmente em alguns casos, os contabilistas ainda  não sabem o que fazer, muitas vezes porque seus clientes não aceitam nenhum argumento que vão de encontro a lei. Os leitores devem estar pensando, manda o cliente embora, faça a rescisão do contrato, mais as coisas não são bem assim, a maioria os escritórios contábeis são de pequeno porte e existe a clara necessidade de sobrevivência, de manter a portas abertas, principalmente em  pequenas cidades que não possuem empresas que paguem honorários maiores (olhando por um pespectiva realísitca).

Abaixo resolvi enfatizar as novas necessidades fiscais.

Para o Empresário

1 - Para o empresário, o maior "problema" que a NF-e gera é a impossibilidade de operar transações comerciais sem que a fiscalização saiba. Prática que favorecia a formação do Caixa 2 por algumas empresas e uma concorrência desleal em relação às empresas que mantinham suas operações fiscais em dia. "Do ponto de vista da concorrência, é importante observar que a nota fiscal eletrônica favorece a concorrência justa entre as empresas e combate a concorrência desleal.

2 – “As empresas dos setores obrigados à emissão de NF-e devem aderir ao produto para não perder mercado, de modo que há, novamente, impacto positivo”, comenta o coordenador adjunto de Planejamento Estratégico e Modernização Fazendária da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, Marcelo Alves Fernandez.

3 - A NF-e é um projeto "ganha-ganha", ou seja, ganha a empresa que adota o sistema (devido à redução de custos com impressão, armazenamento, recuperação de informação e à possibilidade de integrações eletrônicas), ganha o destinatário da mercadoria documentada com NF-e (que recebe a informação eletrônica da Nota Fiscal emitida), ganha o fisco na medida em que aprimora seus controles fiscais e, principalmente a sociedade, uma vez que o projeto estimula o mercado na prestação de serviços vinculados à NF-e. Antes um projeto, a NF-e é realidade, pois trata-se de um produto estável e implantado em todos os Estados, que já estão começando a direcionar sua fiscalização, inclusive a de trânsito, para verificação do cumprimento da emissão da NF-e. Entendemos, portanto, que a NF-e traz repercussão positiva ao mercado.

Para os Contabilistas e Empresários

NF-e está obrigando empresas a darem mais atenção a um profissional  que, até então, só servia para resolver os pepinos que fomentavam o Caixa 2: a contabilidade.Prática comum, a venda sem a emissão de notas fiscais acaba de vez com a NF-e. E, se até então o contador tinha que se virar para inventar maneiras de esconder a venda ilegal nos relatórios contábeis da empresa, agora ele será responsável por coordenar e orientar o empresário a gerir seus negócios baseado no pagamento dos impostos e não apenas no lucro. A contabilidade passa agora a ter uma importância determinante para os negócios da empresa, que terão de gerenciar suas operações comerciais de olho nas operações contábeis. Isso chama-se Contabilidade Gerencial e é aprendido por contadores em todas as cadeiras de faculdade do país, mas dificilmente aplicada na prática. Até agora. "É uma disciplina linda, do ponto de vista da formação do contador, mas que no fundo, a gente sabia que nunca iria usar. A partir de agora, ela será determinante para o sucesso das empresas no mercado..As empresas que não conseguirem atender às exigências da fiscalização, poderão ser fatalmente obrigadas a fecharem as portas. A NF-e dará possibilidades ao governo de assistir as movimentações econômicas ocorrentes no país em tempo real, incluindo as de pessoas físicas. Com isso, relatórios contábeis poderão ser formulados em questões de segundos, facilitando uma atuação muito mais rápida e eficaz contra a sonegação fiscal.

Resumindo: Os micros e pequenos empresários, precisam agora investir em gestão, melhorar a formação dos seus funcionários, administrar melhor seus custos, investir em publicidade e buscar com o contabilista informações que possam melhorar sua competitividade com ganhos sobre a escrituração fiscal da empresa.

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